Some details from "Um Encontro Com
Tom, Vinicius, João and Os Cariocas", Live, at Au Bon Gourmet
(nightclub) [Brazil] (1962):
Special Note: This music was privately recorded on reel-to-reel tape.
It was not officially released by a record label on
an LP - but some copies of the music played do exist on reel tape.
This was
an all-star performance by João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes
and Os Cariocas.
The Concert Program as presented is listed below and a complete transcription of the live concert follows.
Concert Program:
01 - Os Cariocas
Só Danço Samba (Antonio Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)
02 - Tom Jobim, Os Cariocas
Samba de uma Nota Só (Antonio Carlos Jobim/Newton Mendonça)
03 - Joao Gilberto e Os Cariocas
Corcovado (Antonio Carlos Jobim)
04 - Vinicius de Moraes
Samba da Bênção (Baden Powell/Vinicius de Moraes)
05 - Joao Gilberto e Os Cariocas
Amor em Paz (Antonio Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)
06 - Os Cariocas
Bossa Nova e Bossa Velha (Miguel Gustavo)
07 - Tom Jobim e Os Cariocas
Samba do Avião (Antonio Carlos Jobim)
08 - Vinicius de Moraes e Os Cariocas
O Astronauta (Baden Powell/Vinicius de Moraes)
09 - Joao Gilberto
Samba da Minha Terra (Dorival Caymmi)
10 - Joao Gilberto
Insensatez (Antonio Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)
11 - Joao Gilberto, Tom Jobim e Vinicius
Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)
Os Cariocas
Devagar com a Louça (Haroldo Barbosa/Luiz Reis)
12 - Joao Gilberto e Os Cariocas
Só Danço Samba (Antonio Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)
13 - Todos (all)
Garota de Ipanema; Só Danço Samba; Se Todos Fossem Iguais a Você (Antonio Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)
* * *
More information on this special concert:
Musician personnel at this live concert:
João Gilberto: vocals & guitar
Tom Jobim: vocals & piano
Vinicius de Moraes: vocals
Os Cariocas: vocals & guitar
Otávio Bailly: bass
Milton Banana: drums
Directed by Aloysio de Oliveira
"O Encontro au Bon Gourmet"
Imagine yourself in
the summer of 1962. You have never heard most of the songs from this
concert, for they are receiving here their world premières.
Aloysio de Oliveira united on stage Antonio Carlos Jobim and Vinicius
de Moraes, whose songwriting partnership is already at its end
(Vinicius has taken up with young Baden Powell de Aquino). This is
Vinicius’ first time as a performer; until now it’s been considered
unseemly for a diplomat to sing in a nightclub. Both Tom and Vinicius
sit behind the piano, oversized whiskey glasses before them. This is a
good start, but it needs professional voices.
The venue is the restaurant Au Bon Gourmet on Avenida Nossa Senhora de
Copacabana, in the bairro of the same name. The stage is tiny and
unadorned, but Aloysio crams it full. He brings in the vocal quartet Os
Cariocas, a link between the old sambas that his own conjunto, Bando da
Lua, used to sing and the new sambas that Tom and Vinicius compose.
Front and center sits João Gilberto, who makes a specialty of
both the old samba and the new.
The elegant audience, whose ranks are filled from Rio’s chic society
and artistic circles, dines on French cuisine and listens attentively,
applauding and at times yelling encouragements.
Accompanied by Otávio Bailly on bass and Milton Banana on drums,
the seven men on stage unroll a string of, yes, mostly unknown songs.
Os Cariocas warm up the audience with a rousing rendition of the
brand-new “Só Danço Samba,” which Tom augments with his
voice and piano:
Já dancei o twist até demais
Mas não sei
Me cansei
Do calipso
Ao chá-chá-chá
The message is clear: take away foreign rhythms—I’m going back to my samba roots.
“Samba de uma Nota Só” is more familiar; João Gilberto
had already recorded it in his second LP, O Amor, o Sorriso e a Flor.
Tom takes it away, with Os Cariocas humming harmony:
Eis aqui este sambinha
Feito numa nota só
Outras notas vão entrar
Mas a base é uma só
The group steps in for the refrain and the second verse, changes tempi
and rhythms, heaps in falsettos, and finishes off the song on an
extended note.
João Gilberto now launches into “Corcovado” (also from O Amor, o
Sorriso e a Flor). He is the one responsible for the first line of the
lyrics being as enchanting as it is; Jobim had originally written “Um
cigarro, um violão.”
The interpretation is
vintage João, with the added attraction of Os Cariocas crooning
quietly on the repetition. The crowd laps it up.
Num cantinho um violão
Este amor, uma canção
Prá fazer feliz a quem se ama
Muita calma prá pensar
E ter tempo prá sonhar
Da janela vê-se o Corcovado
O Redentor, que lindo!
It’s time for Vinicius to show off his new work with Baden Powell. And
here is the debut recording of what will become his signature piece,
“Samba da Bênção.” The movie Un Homme e une Femme
is several years away yet. That long list of names to be blessed is
fresh:
Eu, por exemplo, o capitão do mato
Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil
Na linha direta de Xangô, saravá!
A bênção, Senhora
A maior ialorixá da Bahia
Terra de Caymmi e João Gilberto
A bênção, Pixinguinha
Tu que choraste na flauta
Todas as minhas mágoas de amor
A bênção, Sinhô
A bênção, Cartola
A bênção, Ismael Silva
A bênção, Heitor dos Prazeres
A bênção, Nelson Cavaquinho
A bênção, Geraldo Pereira
A bênção, Noel
A bênção, Ary
A bênção, Bororó
A bênção, todos os grandes
Sambistas do meu Brasil
Branco, preto, mulato
Lindo e macico como a pele de Oxum
A bênção, maestro Antonio Carlos Jobim
Parceiro e amigo querido
Que fizeste este samba comigo,* a bênção
A bênção, Baden Powell
Amigo novo, parceiro novo
A bênção, maestro Moacir Santos
Que não és um só, és tantos
Tantos como o meu Brasil de todos os santos
Inclusive o São Sebastião, saravá!
* Vinicius was in his cups and confused Tom Jobim with Baden Powell. He would modify this address over the years.
When Vinicius pronounces “Saravá,” the audience echoes him. Os
Cariocas join in the final refrain. Enthusiastic applause follows.
Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração
João Gilberto returns with “Amor em Paz,” recorded the previous
year on João Gilberto. The crystalline voice is complemented by
the vocal group in a short and lyrical interlude.
Foi então
Que da minha infinita tristeza aconteceu você
Encontrei
Em você a razão de viver e de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste quando se desfaz
Now comes a complete unknown, marked on the disc cover only as “Bossa
Nova e Bossa Velha.” No author is indicated, but I’m told by
João Samuel that Miguel Gustavo wrote both music and lyrics.
Os Cariocas sing:
Afinal se isso é bossa nova
O que é que é bossa velha?
Diferença é só no jeito de bater
João Gilberto disse que o samba endireitou
E que ninguém aqui jamais desafinou
Melodia se elevou no tom do Tom a cantar
Poesia deu Vinicius pra rimar
Moças descobriram professores pra lição
Marcando a bossa nova no bater do violão
An old-fashioned, bombastic voice interposes:
Mas a bossa velha protestou
O antigamente reclamou:
“A dissonância, o som nasal, o atonal”
But the final conclusion is:
Enquanto o diapasão na discussão não faz a prova
Eu canto a bossa velha e canto a bossa nova
Todo ano
The audience laps it up. But there’s more in store. Tom introduces a
song he just completed: “Samba do Avião.” Os Cariocas alternate
with him in the second round:
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Prolonged applause. Cut. The piano begins playing, and a voice from the
audience calls: “Tom, muito bonito, hein!” Was he referring to “Samba
do Avião”? Now Vinicius shows that he can carry a melodic line
and sings his new collaboration with Baden, “O Astronauta.”
Será que por acaso
A flor sabe que é flor
E a estrela Vênus
Sabe ao menos
Porque brilha mais bonita, amor
Os Cariocas hum behind Vinicius, providing the decisive “Pah!” after
the line “Sim, você é linda porque é” and
concluding with the requisite babadabada.
João Gilberto comes in with two songs from his most recent,
eponymous album. First Dorival Caymmi’s “Samba da Minha Terra” (1940),
originally recorded by Aloysio’s Bando da Lua. Here we have voice,
guitar, and Tom’s occasional piano:
Quem não gosta de samba
Bom sujeito não é
É ruim da cabeça
Ou doente do pé
He follows it with “Insensatez,” just voice and guitar:
A insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, porque você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração quem nunca amou
Não merece ser amado
And now comes the evening’s set piece: a shiny new song called “Garota
de Ipanema.” This isn’t the first version written. That one was called
“Menina Que Passa” and opened thus:
Vinha cansado de tudo
De tantos caminhos
Tão sem poesia
Tão sem passarinhos
Com mêdo da vida
Com mêdo de amar
Quando na tarde vazia
Tão linda no espaço
Eu vi a menina
Que vinha num passo
Cheio de balanço
Caminho do mar
Fortunately for all of us, both songwriters found it lame. Vinicius did
much better the second time around. For its public debut at the Bon
Gourmet, Tom, Vinicius, and João wrote a special sung
introduction.
João Gilberto (in sweet voice):
Tom e se você fizesse agora uma canção
Que possa nos dizer
Contar o que é o amor?
Tom Jobim (in reedy voice):
Olha Joãozinho
Eu não saberia
Sem Vinicius pra fazer a poesia
Vinicius de Moraes (in deep voice):
Para essa canção
Se realizar
Quem dera o João
Para cantaaaaaaaaaaaaaar
[audience laughter]
João:
Ah, mas quem sou eu?
Eu sou mais vocês.
Melhor se nós cantássemos os três.
[more audience laughter and applause]
All three:
Olha que coisa mais linda
mais cheia de graça [...]
We could all go home now (or play the disc again from the beginning),
but not before the final medley of “Garota de Ipanema,” “Só
Danço Samba,” and “Se Todos Fossem Iguais a Você,” which
sums up the six-year partnership of Tom and Vinicius between Orfeu da
Conceição and this night of August 1962.